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Dos extremos só reza má história.

Isto podia ser sobre qualquer coisa.

 

Podia ser sobre política. Que gozo me daria. No entanto, é sobre a sustentabilidade e os seus extremos. Porque sustentabilidade tem sido um tema que me tem interessado bastante nos últimos tempos, e que tanto tem sido alvo de escrutínio. Não é novidade. É provavelmente mais do mesmo, por isso fiquem aqui só se quiserem.

 

A partilha

 

Tenho partilhado algumas das minhas rotinas ou ideias sobre este tema nas minhas stories no instagram. Sucede que por cada coisa que partilho, há 50 mil coisas que me apontam. É cansativo, mas não mete medo. #Força #VaiQueÉTua #QuemAcreditaVai

 

Eu sou eu. Tu és tu.

 

Já exprimi várias vezes o meu problema e maior alvo de críticas. Gosto muito de viajar e conhecer o mundo. Devido à nossa vida laboral de 40h semanais, e aos poucos dias de férias por ano, não me é exequível fazê-lo de barco, carro, autocarro e comboio, se desejar ir para a outra ponta do mundo (será que os flat earthers vão entrar em acção com esta expressão?), uso avião. Por isso o Flight Shaming é algo que não me assiste. É o meu calcanhar de Aquiles. Confesso e pronto. Está dito. Olá, eu sou a Lígia e ando de avião. Qual é o vosso guilty pleasure? Escolham “A” coisa que querem manter. Esta é das gigantes. Eu sei.

 

Assim sendo…

 

Tento nas restantes facetas da minha vida, dar o meu melhor para minimizar a minha pegada sendo ela tão engrandecida por esse bicho que é o avião.

 

A roupita da moda

 

Assim, não compro roupas há muitos anos (uns 6 pelo menos), porque a indústria da moda também é poluente. Quando compro, que é raro, uso lojas de segunda mão, porque essa roupa já está no circuito e assim não contribuo para que a procura de fast fashion continue. Já para não falar dos direitos humanos, mas isso dava outra publicação. Outra hipótese, às vezes, é comprar em marcas mais sustentáveis e preocupadas com estas causas. Gostava de ter tempo para ter reunido uma listinha de algumas. Caso tenham interesse, digam que faço uma publicação sobre isso. Sim, com as roupas que tenho, às vezes pareço um trambolho. Outras vezes, como dizem os meus amigos, parece que ando com uns trapos aleatórios. Há que tentar ser original com o que se vai arranjando. Tem a relevância que lhe quisermos dar.

 

O plástico, o bicho-papão

 

O plástico é um problema, mas nem sempre. Se eliminarmos a questão das palhinhas da equação e já tivermos a nossa garrafa reutilizável, há muitas outras coisas que podemos fazer. Quando digo que o plástico nem sempre é um problema é porque a questão fulcral é se este é reutilizável ou não. Comprei recentemente uns tupperwares que colapsam (algo assim)para ser mais fácil de transportar quando estão vazios, na eventualidade de ir a um restaurante e não conseguir terminar a minha refeição, por exemplo. Comprei também umas cápsulas reutilizáveis de café enquanto não consigo investir numa máquina nova que não seja de cápsulas. Não foram incríveis, por isso se encontraram umas boas digam-me 🙂 Comprei um copinho para café reutilizável e um kit de talheres na Green Vibe. And so on.

 

O importante é pensar se o que vamos consumir é só lixo descartável ou se é algo com durabilidade e que previna um maior consumo. Para evitar plástico no meu momento de banhinho, tenho champô, amaciador e gel de duche (aka sabonete) sólidos. Ando a tentar arranjar sítio para fazer refill do meu óleo de argão para o cabelo, experimentei uma amostra de desodorizante sólido, gostei e vou comprar… por favor, digam-me como arranjo bons cremes e que possa voltar a encher e não consumir mais vidro ou metal 🙂 Copo menstrual também está checked na minha lista. Tenho escova de bambu, mas pergunto-me…se todos usarmos escovas de bambu, será também isso sustentável? Substituir o plástico por papel, metal, vidro…não é a melhor hipótese se essa opção se tiver de comprar novamente quando acabar e assim angariar um novo recipiente desnecessário.

 

Compras para a cozinha, sempre que possível a granel e em mini-mercados com o meu saquinho de pano ou um qualquer…desde que reutilizável. A ideia é que o granel é caro, e é. No entanto, quando se compra só o que se precisa, acabamos por gastar menos e fazemos menos food waste 🙂 Iogurtes, compro um para fazer muitos. Faço granola para pequeno almoço…eu sei lá…quero mais ideias. Como posso melhorar ainda mais a minha pegada? Importante frisar que às vezes não dá para ter estes cuidados todos, mas se tentarmos sempre que possível, já estamos a contribuir para um mundo melhor.

 

Se tiverem tempo e se quiserem debruçar sobre esta questão, podem também ouvir isto, que põe em causa quase tudo o que disse acima. Concordo em algumas coisas, discordo noutras. Há que ouvir todos os lados com sentido crítico.

 

A carne

 

Para além de gostar de viajar, amo comer. Comer bem. Isso implica aceder a todas as coisas boas disponíveis como carne e peixe. No entanto, tudo tem a ver com a frequência. Tento ser flexível na minha dieta e reduzir ao máximo o consumo de carne e peixe, sempre que possível. Se vou comer fora, se calhar quero um bom Ramen ou um naco na pedra. Em casa, vai massinha, feijão e lentilhas 🙂 Por isso, à partida, não vou ser vegan. O que quero dizer com isto é que se TODOS, digo TODOS reduzirmos a ingestão de carne e peixe, muito provavelmente não temos de fazer o esforço de nos tornarmos vegan. Posso estar enganada, mas penso que ajudará bastante.

 

Food Waste ou Plastic Waste

 

Na dúvida, para mim, o Food Waste é pior. Por isso se não levei o meu tupperware reutilizável por alguma razão, vou pedir uma caixa reutilizável para comer o resto da comida numa próxima oportunidade. Em minha casa, temos o máximo cuidado para que nunca se estrague comida. Acho que as únicas vezes que não me vão ver levar o resto da comida é se a seguir, for para a noite…não vou andar no Jamaica às 6h da manhã de marmita na mão.

 

Podia alongar-me mais, mas só quero dizer…cuidado com os extremos!

 

Penso que a ideia que queria passar, está aqui. Se todos pensarmos um bocadinho antes de agir e de fazer as nossas escolhas, a probabilidade do mundo não colapsar como diz a VICE ou outros meios, será maior.

 

Sejam flexíveis e moderados. Ser extremista não vai ajudar a que os mais teimosos mudem os seus hábitos.

 

 

Photo by https://unsplash.com/@charlesetoroma

acrushon
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